"Para onde foi Deus? Quero dizer-lhes! Nós o matamos - vós e eu. Deus está morto!... A grandeza desse ato não é demasiado grande para nós? Não temos de converter-nos em deuses, para parecermos dignos desse ato?" (NIETZSCHE, em ASSIM FALAVA ZARATUSTRA).
MINHA REFLEXÃO:
Cada um de nós é
responsável pela morte cotidiana de Deus. Nós o matamos a todo instante: no
olhar de reprovação que lançamos aos que pensam ou vivem de forma diversa ao
contexto em que vivemos (porque não temos, na maioria das vezes, evolução de
sentidos suficiente que nos alicerce); matamos Deus na conivência ante os
corruptos; na indiferença ao lidarmos com a dor alheia (muitas vezes negamos
até mesmo uma palavra de conforto). Eu poderia enumerar uma centena de falhas
humanas aqui neste texto. E me confesso horrorizado em não poder enumerar pelo
menos uma única virtude da humanidade realmente crível por que também a verdade
já a matamos.
Certa vez, numa
livraria, uma pessoa qualquer (olha aí a indiferença), ao ver-me folheando um
livro de Nietzsche, disse-se, com intimidade de quem se reconhece no outro:
"Excelente filósofo! Mas tenha cuidado... Tudo o que Nietzsche escreveu
foi bom para ele mesmo". E durante um tempo fiquei com isso martelando a
mente. Depois de mergulhar um pouquinho na densa filosofia, um tanto paradoxal,
desse "cara" sensacional (minha opinião), descobri o quanto a tal
pessoa estranha que me abordou estava equivocada. Nieztsche será eternamente
atemporal e conciso por um simples fato: a humanidade, apesar de toda a sua
embalagem constantemente remodelada, continua com a mesma essência bestial da
pré-história... O Homem ainda escraviza os seus semelhantes; maltrata os seus
animais; usurpa a sua Natureza; ainda mata em nome de um deus (por ganância,
poder, política, menos por FÉ). O Homem, além de covarde, é medíocre; e acredita
ingenuamente que faz o seu melhor, e que, assim, é merecedor de uma paz
celestial. Pois eu digo: nem você, nem eu, nem ninguém merece essa paz
celestial. O Homem ainda não se deu conta de que sua inteligência é desgraçada
demais para compreender o fantástico universo que o abriga; não compreende e
talvez jamais compreenderá a real finalidade da vida. E, por conta dessa
bestialidade, inventam deuses paralelos (homens que querem se fazer "deuses",
esses miseráveis!)... A humanidade só enxerga - desgraçadamente - o que é humano.
Para finalizar, um
pensamento retirado de uma obra de Gilberto Dupas:
"O Homem é livre quando faz apenas o que sua razão escolhe. Mas ela
precisa ser orientada por valores que não estão mais disponíveis".
Éd Brambilla: Filosófico. UM PENSAMENTO FILOSÓFICO DE NIETZSCHE SEGUIDO
DE UMA MINHA REFLEXÃO. 11/11/2015.
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