1949 |
A cidade sitiada |
Lucrécia Neves vive num subúrbio em crescimento, São Geraldo, na década de 1920. O desejo de ser rica e de sair dos limites da cidade a fazem apostar no casamento com Mateus, que a leva para morar na cidade grande. No entanto, a nostalgia do subúrbio a invade de tal forma que ela retorna a São Geraldo, agora tão diferente daquela em que vivera. Viúva, ela se vê diante da possibilidade de iniciar uma relação amorosa mais verdadeira com o doutor Lucas, fato que não se concretiza. A carta da mãe chamando-a para mudar-se para a fazenda dá-lhe uma nova chance de jogar-se numa aventura amorosa e na busca de si mesma.
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“Lucrécia Neves não seria bela jamais. Tinha porém um excedente de beleza que não existia nas pessoas bonitas. Era basta a cabeleira onde pousava o chapéu fantástico; e tantos sinais negros espalhados na luz da pele davam-lhe um tom externo a ser tocado pelos dedos. Somente as sobrancelhas retas enobreciam o rosto, onde alguma coisa vulgar existia como sinal apenas sensível do futuro de sua alma estreita e profunda. Toda a sua natureza parecia não se ter revelado: era hábito seu inclinar-se falando às pessoas, de olhos entrefechados – parecia então, como o próprio subúrbio, animada por um acontecimento que não se desencadeava. A cara era inexpressiva a menos que um pensamento a fizesse hesitar.” |

______ ALMa RaBiScAdA ______ Sou tudo o que a minha imaginação me permite ser; o que eu não posso vivenciar no concretismo oprimido pelas ideologias sociais, a minha essência busca as brechas na metafísica dos sonhos. (Éd Brambilla). ______ ALMa RaBiScAdA ______ ATENÇÃO: Todos os textos aqui publicados (de autoria de ÉD BRAMBILLA) estão devidamente registrados na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. CASO QUEIRAM PASSAR ADIANTE, NÃO ESQUEÇAM DOS DEVIDOS CRÉDITOS.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
A cidade sitiada
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