______ ALMa RaBiScAdA ______ Sou tudo o que a minha imaginação me permite ser; o que eu não posso vivenciar no concretismo oprimido pelas ideologias sociais, a minha essência busca as brechas na metafísica dos sonhos. (Éd Brambilla). ______ ALMa RaBiScAdA ______ ATENÇÃO: Todos os textos aqui publicados (de autoria de ÉD BRAMBILLA) estão devidamente registrados na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. CASO QUEIRAM PASSAR ADIANTE, NÃO ESQUEÇAM DOS DEVIDOS CRÉDITOS.
quinta-feira, 19 de julho de 2018
NÁUSEA CEREBRAL
Primeiro
dá um nó na garganta
Depois
vem uma lágrima que escorre
Lembranças
indigestas se inflamam:
Impiedosas,
nenhuma me socorre.
Que
tenta fugir das lembranças
Que
se riem intempestivamente
Da
rabugem que é a destemperança.
A
mente foge entre passos nauseados
E
pisa nas carcaças de velhas dores
Deitadas
no solo arenoso do passado:
Frágil
cemitério de rusgas e dissabores.
Recupera-se
o cérebro, aos trancos
Cambaleante,
lança a mão à mente
Que
segura a mão amiga, aos prantos:
Encharcada,
volta a mente ao consciente.
Éd
Brambilla. Poesia. NÁUSEA CEREBRAL. 17/07/2018.
SOBRE AMOR, VIDA E MORTE
Quando o amor (em todas as suas vertentes) é verdadeiro, não existem obstáculos que o detenha. AMOR, simplesmente AMOR, sem conceitos, preconceitos, ideologias e outras firulas.
O tempo é implacável. No final, o que sobra é a certeza da morte.
Morrer na plenitude de lembranças boas por se ter tido coragem de ser, fazer e viver tudo o que a vida pediu, é uma aleluia.
Morrer na resignação de arrependimentos de tudo o que se deixou de ser, fazer e viver, por medo, covardia ou preguiça, é um martírio.
Éd Brambilla. Crônica. SOBRE AMOR, VIDA E MORTE. 10.03.2018.
DAS CONSTRUÇÕES IDEOLÓGICAS
Construções ideológicas sempre funcionaram como cabrestos para os carrascos sociais que, numa ou noutra esfera do pensamento, de alguma forma (seja através da ciência, da filosofia, da teologia, da filologia etc.), encontraram os panoramas perfeitos para manipular o pensamento da grande massa. Quando temos a oportunidade de entender e aprendemos a ler nas entrelinhas das intenções por trás do "pensamento tirano", passamos a ser protagonistas de nossos pensamentos; passamos a pensar através de nós mesmos. Claro que precisamos (SEMPRE) do "outro" como termômetro de nossas próprias construções e ressignificações. Quando chegamos ao ponto de compreender que as construções também se fazem em nós e passamos a aplicá-las no coletivo, respeitando (SEMPRE) o que está fora de nós (mas que ao mesmo tempo também ESTÁ, de certo modo, em NÓS), encontramos aí uma possível liberdade. E nossos pensamentos (meu e dos outros) fluem com mais leveza e responsabilidade.
Éd Brambilla. DAS CONSTRUÇÕES IDEOLÓGICAS. 01.06.2018.
REFLEXÃO ANTES DE TUDO
As analogias metafóricas de Friedrich Nietzsche são realmente fantásticas. Um grande pássaro, visto na imensidão do céu, torna-se minúsculo aos olhos daqueles que o vislumbram do chão. E o mesmo vale para o pássaro que enxerga tudo muito pequeno aquilo que está em terra firme. Aprender a voar está ao alcance de todos. Enxergar "pequeno", seja quem está no alto ou quem está no baixo, é uma questão muito ligada à educação, caráter, hombridade, sensibilidade... Os que estão no "alto" têm o dever moral de posicionar-se - através dos conhecimentos adquiridos - no lugar dos que estão no "baixo". E isto é possível através do nivelamento, onde quem "aprendeu mais" deve deixar de lado os seus saberes "técnicos-científicos-filosóficos" para mergulhar no espaço do lago do outro, que aprendeu menos ou nem aprendera esses saberes. Infelizmente, o "diabo" (força de expressão), que se manifesta de diversas formas, como dinheiro, poder, ganância, soberba, presunção etc., é que a maioria das pessoas (tanto as do "alto" quanto as do "baixo") não possui ou se nega a adquirir imunidade contra os "venenos sociológicos". Antídotos existem: "empatia", "resiliência", "compaixão", "solidariedade", "amorosidade", entre outros. Aos que "se vêem" no "alto" e compreenderam efetivamente este texto, expliquem-no aos que "se vêem no "baixo"; todavia, é preciso muita cautela, pois, muitos, principalmente os que enriqueceram independentemente de nível de letramento, acreditam que o "ter" e o "poder" suplantam todo o resto. Reflexão antes de tudo.
Éd Brambilla. REFLEXÃO ANTES DE TUDO. 03/06/2017.
CONEXÃO COM LISPECTOR
Certa vez Clarice Lispector escreveu um texto e, assustada com o que escrevera, deixou o conteúdo sem um final. E intimou:
"Quem quiser que o termine".
Embora já tenha se passado mais de quarenta anos, espero que goste do meu final, dona C. L.:
[...] -Que fará minha alma sem um corpo para sofrer? Aonde terá suas angústias? Precisará andar de porta em porta, pedindo fresta por onde entrar. Doerei no vento que bate nas janelas e..."
ÉD BRAMBILLA:
"...num suave repousar de folhas de outono, minh'alma deitará serena e preencherá o vazio daquilo que ainda nem se sabe ser o vazio d'alma".
MORTIFICAÇÃO
Tudo ao redor se lança ao breu
Até mesmo a poesia desencanta
Assim como nada escapava à ira de Orfeu.
Até mesmo a poesia desencanta
Assim como nada escapava à ira de Orfeu.
Eu, que protejo um vasto mundo,
Não consigo libertá-lo da dor
Têm abismos que são tão profundos,
Que no fundo é tudo lodo e desamor.
Não consigo libertá-lo da dor
Têm abismos que são tão profundos,
Que no fundo é tudo lodo e desamor.
O mesmo sopro que anuncia a vida
Traz em si o abstrato da morte
O Homem tenta boicotar sua partida
Resignado, entrega-se à própria sorte.
Traz em si o abstrato da morte
O Homem tenta boicotar sua partida
Resignado, entrega-se à própria sorte.
No mármore solene da eternidade
Jazem ricos e pobres, doutores e iletrados
Muitos, imaculados de insanidade,
Não deixam suas marcas, apenas parcos legados.
Jazem ricos e pobres, doutores e iletrados
Muitos, imaculados de insanidade,
Não deixam suas marcas, apenas parcos legados.
Éd Brambilla. Poesia. MORTIFICAÇÃO. 24/06/2018.
Concepções: gótica-romântica-existencialista.
ALMA GENTIL
O teu sorriso largo
Na tua alma grande
Neutraliza o amargo
E o amor inflama.
E o amor inflama.
Tua essência é chama
Que acende a alegria
Daqueles que tu amas:
Delicada troca de energias.
Que acende a alegria
Daqueles que tu amas:
Delicada troca de energias.
Carregas no semblante
A verdade e a magia,
Nem pouco nem bastante:
A medida certa da empatia.
A verdade e a magia,
Nem pouco nem bastante:
A medida certa da empatia.
A cada porto, menina, novas histórias!
Assim é que vais espalhando tua beleza
E semeando carinho em tantas memórias,
Que brindam N'almas tua gentil natureza.
Assim é que vais espalhando tua beleza
E semeando carinho em tantas memórias,
Que brindam N'almas tua gentil natureza.
Éd Brambilla. Poesia. ALMA GENTIL. 28/06/2018.
Para Alzira Sampaio, uma rara flor que enche de verdadeira cor e sutil perfume os jardins por onde passa.
quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
O RELÓGIO TEIMOSO
Mas o tempo parou.
Relógio sorrateiro.
As horas passam,
Fecham mais um ciclo.
Tempo que transbordou.
A vida é cíclica.
O tempo parou ou a vida secou?
O momento seguinte suplanta o momento anterior.
E o momento "agora" acontece.
Aproveito.
Mudo a cor do meu instante:
Aconteço; sou; transbordo.
E o "depois" vem mais vibrante.
Relógio sorrateiro.
As horas passam,
Fecham mais um ciclo.
Tempo que transbordou.
A vida é cíclica.
O tempo parou ou a vida secou?
O momento seguinte suplanta o momento anterior.
E o momento "agora" acontece.
Aproveito.
Mudo a cor do meu instante:
Aconteço; sou; transbordo.
E o "depois" vem mais vibrante.
Éd
Brambilla. Poesia. O RELÓGIO TEIMOSO. 12/01/2018.
AH, BELMONTE!
E
na pequena Biblioteca Municipal de Belmonte/BA,
seduzido pela saudosa máquina de escrever, pedi autorização ao
bibliotecário para compor um poema em homenagem à cidade. Meia hora
depois, entreguei-o com solenidade. O poema ficará exposto numa
vitrine, junto às obras de poetas belmontenses.
As casas, todas elas congeladas no tempo.
A cidade, toda ela traçada de horizontes.
Eu, imbuído de História, entreguei-me ao momento.
Ah,
Belmonte de belezas risonhas!
Banhada dum lado por um negro mar;
E doutro Bahia a beijar Minas no Jequitinhonha.
Testemunha desse encontro, restou-me contemplar.
Banhada dum lado por um negro mar;
E doutro Bahia a beijar Minas no Jequitinhonha.
Testemunha desse encontro, restou-me contemplar.
Voltei
a minha terra em estado de bonança.
Levei na mala a cor e o cheiro de Belmonte;
E na memória tantas belas lembranças,
Que para este poema serviram-me como fonte.
Levei na mala a cor e o cheiro de Belmonte;
E na memória tantas belas lembranças,
Que para este poema serviram-me como fonte.
Não
disse "Adeus!", apenas "Até mais, bela cidade!"
Se
a mim cativastes, também eu deixei meu calor.
Tudo tornou-se uma delicada saudade.
Noutro tempo, quero eu renovar todo esse sabor.
Tudo tornou-se uma delicada saudade.
Noutro tempo, quero eu renovar todo esse sabor.
BRAMBILLA,
Éd. Poesia. "Ah, Belmonte!". 18.01.2018.
segunda-feira, 25 de dezembro de 2017
"A GENTE" QUE RENEGA "AS GENTES"
Falo
sobre "a gente" que tem uma "opinião inquestionável"
para tudo e, no entanto, tem dificuldade de se levantar do lugar até
mesmo para fugir de um incêndio para salvar a própria vida.
Falo "da gente" que quer ditar o que é moral, amoral e imoral a partir das próprias "verdades" e não é capaz de compreender nem mesmo um ínfimo pedido de socorro de quem está debaixo do mesmo teto.
É "uma gente" que diz as frases 'Eu te amo!' e 'Eu não te amo!' como se entre elas não houvesse nenhuma dissonância.
"Essa gente" pensa ser mais gente porque ACREDITA estar minuciosamente engajada num bom e velho padrão social – estritamente convencionado.
Em "Assim Falava Zaratustra", de Friedrich Nietzsche, na crônica "Ler e Escrever", tem uma curta e contundente observação que expressa, sem o menor pudor, o espírito assassino que "essa gente", de tão cega pela hipocrisia, nem desconfia que tem: "[...] Não é com ira, mas com riso que se mata. [...]
E assim tem feito "essa gente" de espírito aprisionado. Gente que tem matado com um riso superficial, ao mesmo tempo aniquilador, quando constata que um semelhante seu não se assemelha, não se encaixa e não aceita completamente o bom e "irretocável" padrão social. "Essa gente" aniquila "gentes" usando uma ou outra crença como escudo. "Gente" que esconde "gentes" porque a "moral" deve ser preservada. "Gente" banhada em preconceito, talhada pela intolerância e ignorância.
Quão pobre é "essa gente"! "Uma gente" que não se dá conta de que carece de autoestima. Que, por mal conseguir sustentar a si mesma, abomina e foge "das gentes" de espírito livre.
Para "essa gente" falta empatia. Sem empatia, não há evolução. Sem evolução, "essa gente" dificilmente descobrirá as próprias falhas. E se descobrir, não saberá lidar com elas. Não sabendo lidar com elas, as negará. Negando-as, sempre buscará uma forma de culpar o outro. A culpa no outro é um antídoto para "essa gente". Suas falhas deixam de existir. A culpa é "das gentes". E "essa gente", enquanto negligenciar a existência mentirosa a qual está submetida, enquanto não permitir-se evoluir, jamais conhecerá o sabor, a leveza e a hombridade "das gentes" cujas essências flutuam. Flutuam porque aprenderam a mergulhar em si mesmas. Lutaram contra seus medos, conflitos e angústias; venceram. E "essa gente" nunca entenderá o real significado de verdadeiramente SER.
Há "gente" que nunca mudará de opinião e há "gente" que ainda tem a chance de mudar de opinião através do amor incondicional. Para esta última "gente", luz.
A "essa gente" desejo que ao menos sintam desejo de se libertar.
Falo "da gente" que quer ditar o que é moral, amoral e imoral a partir das próprias "verdades" e não é capaz de compreender nem mesmo um ínfimo pedido de socorro de quem está debaixo do mesmo teto.
É "uma gente" que diz as frases 'Eu te amo!' e 'Eu não te amo!' como se entre elas não houvesse nenhuma dissonância.
"Essa gente" pensa ser mais gente porque ACREDITA estar minuciosamente engajada num bom e velho padrão social – estritamente convencionado.
Em "Assim Falava Zaratustra", de Friedrich Nietzsche, na crônica "Ler e Escrever", tem uma curta e contundente observação que expressa, sem o menor pudor, o espírito assassino que "essa gente", de tão cega pela hipocrisia, nem desconfia que tem: "[...] Não é com ira, mas com riso que se mata. [...]
E assim tem feito "essa gente" de espírito aprisionado. Gente que tem matado com um riso superficial, ao mesmo tempo aniquilador, quando constata que um semelhante seu não se assemelha, não se encaixa e não aceita completamente o bom e "irretocável" padrão social. "Essa gente" aniquila "gentes" usando uma ou outra crença como escudo. "Gente" que esconde "gentes" porque a "moral" deve ser preservada. "Gente" banhada em preconceito, talhada pela intolerância e ignorância.
Quão pobre é "essa gente"! "Uma gente" que não se dá conta de que carece de autoestima. Que, por mal conseguir sustentar a si mesma, abomina e foge "das gentes" de espírito livre.
Para "essa gente" falta empatia. Sem empatia, não há evolução. Sem evolução, "essa gente" dificilmente descobrirá as próprias falhas. E se descobrir, não saberá lidar com elas. Não sabendo lidar com elas, as negará. Negando-as, sempre buscará uma forma de culpar o outro. A culpa no outro é um antídoto para "essa gente". Suas falhas deixam de existir. A culpa é "das gentes". E "essa gente", enquanto negligenciar a existência mentirosa a qual está submetida, enquanto não permitir-se evoluir, jamais conhecerá o sabor, a leveza e a hombridade "das gentes" cujas essências flutuam. Flutuam porque aprenderam a mergulhar em si mesmas. Lutaram contra seus medos, conflitos e angústias; venceram. E "essa gente" nunca entenderá o real significado de verdadeiramente SER.
Há "gente" que nunca mudará de opinião e há "gente" que ainda tem a chance de mudar de opinião através do amor incondicional. Para esta última "gente", luz.
A "essa gente" desejo que ao menos sintam desejo de se libertar.
Éd
Brambilla. Crônica. "A GENTE" QUE RENEGA "AS GENTES".
24/12/2017.
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
PRUMIFORME
Gosto de ser Eu
Nem tanto à Luz
Nem tanto ao Breu
Quero bem a muita Gente
Umas pessoas são como Cruz
Outras, iminência dum Adeus
Para algumas sou Indiferente
Para outras, leve Alegria
Gosto das gentes d’alma Nua
Com quem posso trocar Sintonia
Fujo das gentes d’alma Crua
Sou do Todo um Pouco
Duns poucos, tenho Muito
Não alcanço ser “o Louco”
Nalguns momentos sou Intuito:
Um pé no chão, outro no coração
Noutros momentos sou todo impulso:
Cego de Consciência e mudo de Razão
Éd Brambilla. Poesia. PRUMIFORME. 12/12/2017.
Nem tanto à Luz
Nem tanto ao Breu
Quero bem a muita Gente
Umas pessoas são como Cruz
Outras, iminência dum Adeus
Para algumas sou Indiferente
Para outras, leve Alegria
Gosto das gentes d’alma Nua
Com quem posso trocar Sintonia
Fujo das gentes d’alma Crua
Sou do Todo um Pouco
Duns poucos, tenho Muito
Não alcanço ser “o Louco”
Nalguns momentos sou Intuito:
Um pé no chão, outro no coração
Noutros momentos sou todo impulso:
Cego de Consciência e mudo de Razão
Éd Brambilla. Poesia. PRUMIFORME. 12/12/2017.
sábado, 2 de dezembro de 2017
VERTIGEM
Ei,
você, ouça, estou aqui!
Sincero,
um pouco confuso
Nem
misterioso nem profuso
Venho
suave nas asas dum colibri.
Na
pele, sinto a sua ardência
É
leve como um ‘si bemol’
Quase
uma nota de advertência.
O corpo, estranho, foge da mente
Assustado,
busca uma compreensão
De
que serve mergulhar na razão
Se
o coração bate intermitente?
E
rapidamente a razão vira mar
Fecho
os olhos, a mente, o coração
Quanto
mais sôfrego me ponho a nadar
O
mar, capcioso, faz tudo virar canção.
Éd
Brambilla. Poesia. VERTIGEM. 02/12/2017.
sábado, 14 de outubro de 2017
PRECE AO PROFESSOR (Paródia)
Professor nosso de todo dia,
Nobre é a tua vocação.
Bem-vinda seja a tua paciência,
Seja na escola pública ou privada.
O conhecimento que nos legai hoje
Será o nosso alicerce do amanhã.
Perdoai as nossas falhas
Porque aprendiz um dia fostes.
Não nos deixeis a escola abandonar,
Livrai-nos de muita ignorância,
Parabéns!
Bem-vinda seja a tua paciência,
Seja na escola pública ou privada.
O conhecimento que nos legai hoje
Será o nosso alicerce do amanhã.
Perdoai as nossas falhas
Porque aprendiz um dia fostes.
Não nos deixeis a escola abandonar,
Livrai-nos de muita ignorância,
Parabéns!
Éd Brambilla. Poesia (Paródia).PRECE AO PROFESSOR.2010.
Minha singela homenagem aos "profos" e "profas" do
mundo todo, em especial aos "brazucas".sexta-feira, 2 de junho de 2017
LAMBE-LAMBE, BEIJO-BEIJO
Vale por mil CORES,
Incontáveis AQUARELAS
E mais de mil SABORES.
Incontáveis AQUARELAS
E mais de mil SABORES.
Mil
lambeijos DELA
São cem mil AMORES
Bailando sob UMBELAS
Donde caem mil RANCORES.
Bailando sob UMBELAS
Donde caem mil RANCORES.
Lambeija-me
todo ELA;
Beijolambo-a toda EU;
Ela é minha CURATELA;
E nela encontro o APOGEU.
Ela é minha CURATELA;
E nela encontro o APOGEU.
É
o teu lambeijo no meu BEIJO;
E o meu beijo no teu LAMBEIJO;
É tanto lambe-lambe no BEIJO-BEIJO,
Que tudo é um vai-e-vem no ACOLEIJO.
E o meu beijo no teu LAMBEIJO;
É tanto lambe-lambe no BEIJO-BEIJO,
Que tudo é um vai-e-vem no ACOLEIJO.
Éd
Brambilla. Poesia. "Lambe-Lambe, Beijo-Beijo".02/06/2017.
UMBELA:
[...] uma inflorescência em forma de guarda-chuva [...]
CURATELA:
[...] de "curador (a)", que tem a tutela de outrem
[...]
APOGEU: [...] o grau mais elevado [...]
ACOLEIJO: [...] o mesmo que balanço [...]
APOGEU: [...] o grau mais elevado [...]
ACOLEIJO: [...] o mesmo que balanço [...]
sexta-feira, 5 de maio de 2017
PARANOIA
I.
Maria Felicitá quer ser 'normal'
Nesta
história o nome da cidade onde a trama se desenrola é Penápolis. É
que Penápolis vem de pena – creio eu. E pena é bom para fazer
cosquinha
na
barriga da gente porque rir é bom demais. E a risada frouxa da
cosquinha
é a melhor coisa do mundo porque é uma risada arrancada de
espontâneo.
No
bairro do Pó-de-Mico, em Penápolis, vive Maria Felicitá, que se ri
de cócegas, de tombo alheio, de gente que escorrega na casca de
banana, de gente peidorreira, de mico-leão-dourado que vive na
eminência do ‘acabou-se o que era doce’, de tudo a moça se
acaba de tanto se rir.
Maria
é pura alegria. Em velório ela costuma rir com vontade. Mas é uma
vontade cheia de responsabilidade: ela não ri do defunto. Isto é
que não. Maria tem medo de assombração; só
ri das situações estereotipadas de velório superficial onde
ninguém nem está aí com o morto. Quando o velório é sério,
Maria fica séria também.
Ocorre
que de um tempinho para cá Maria Felicitá vinha sentindo-se
meio
incomodada com tanta alegria. Ela andou lendo numa revista de
psiquiatria sobre transtornos obsessivos compulsivos, bipolaridade,
síndrome do pânico, depressão, ansiedade, aracnofobia, homofobia,
gatofobia, gentefobia,
tudofobia,
todos esses transtornos que sempre existiram e só puseram nomes
recentemente.
-Gente,
quanta gente transtornada! – disse transtornada com tanto
transtorno a alegre Maria para si mesma.
E
agora Maria Felicitá se pôs ressabiada pensando que é anormal.
Pior: enfiou na cabeça que sofre de exclusão
social transtornante.
Isto lá na maneira de pensar dela.
Num
domingo bem cedinho lá foi Maria na banca do Zé Debochado comprar o
novo número da tal revista que fala de psiquiatria e de todos esses
assuntos do mundo dos miolos. E tinha reportagem falando de uma
famosíssima psiquiatra, a doutora Zigmunda Fróida, especialista em
desenvolver todo tipo de transtorno já nomeado e até transtorno que
ninguém botou nome ainda. E a doutora era perita em desmiolices
e batizou tudo quanto foi transtorno pagão.
-Dois
mil reais custa uma consulta com a dona Fróida?! – fez Maria
Felicitá toda espantada.
Mas
Maria não podia esperar. Juntou uma televisão de led,
um microsystem,
um microondas,
uma secretária eletrônica, um ‘mico-leão-dourado’ e um I-Pod
G8 Três Vírgula Quatro Polegadas e Meia.
E tudo ela vendeu para o muambeiro Tião Sorriso por mil e oitocentos
reais. Tião Sorriso é muito esperto. E Maria muito besta.
-Não
tenho medo de pechinchar, não – falou Maria para as paredes. –Dona
Fróida vai me dar um desconto que eu sei; ninguém
é bobo pra dispensar bufunfa assim.
E
lá se foi Maria atrás da doutora Zigmunda.
II.
A consulta com a Doutora Zigmunda Fróida
Na
recepção da psiquiatra, Maria Felicitá sentou-se numa poltrona
imitando um sapato de salto alto. Ela gostou e riu muito. E reparou
num quadro na parede à sua frente.
“Santo
deus! O que será aquele rabisco comprido que tem só um pezorro?!”
– pensou Maria toda curiosa e pasmada. “Saci não é porque não
tem gorro vermelho nem cachimbo na boca” – concluiu nos alegres
miolos.
Maria
não tinha aprendido nada sobre artes. Ela só tinha aprendido a rir
de tudo. Nunca falaram do Abaporu para ela. E o retrato era mesmo o
Abaporu, da Tarsila do Amaral, que foi casada com Oswald de Andrade,
mas o casamento nem deu muito certo.
Nisso
a secretária da doutora Fróida, a Zefinha Rabugenta, mandou Maria
entrar na sala da psiquiatra porque era a vez dela. E Zigmunda não
podia perder tempo.
-Acha!
Tempo é dinheiro... ninguém
tem tempo pra perder com gente alegrinha assim! – disse Zefinha
toda desacreditada com a alegria de Maria.
E
lá foi Maria de alegrinha ter com a grandessíssima entendedora de
cabeças.
-Entre,
darling
– disse calmamente a doutora. –Deite-se no divã e vá logo
desembuchando o que é que você tem, meu bem!
Maria
obedeceu rapidamente porque se lembrou da essência das palavras de
Zefinha Rabugenta: “Tempo é dinheiro e ninguém tem tempo pra
perder com gente alegrinha assim”. Só ela, Maria, é que era
toda
feliz.
-Não
tenho nada, não, dona Fróida!
-Não?!
– espantou-se a doutora.
-Mas
vim aqui pra ver se arranjo alguma coisa qualquer – emendou sem
demora a moça que padecia de felicidade.
-Hum!
Vejo que você é ajuizada, baby
– disse satisfeita a psiquidoida.
-Mas
só tenho mil e oitocentos reais... mais, eu
não tenho, não!
-Oh,
honey,
não se preocupe! Sempre tenho uma coisinha ou outra que cabe
direitinho no bolsinho de cliente brasileiro. Ah, se tenho!
E
lá foi a doutora muita sabida na direção de uma estante repleta de
tudo quanto era transtorno mental.
-Como
é a sua primeira vez, litle
girl,
vamos devagar porque devagar se vai ao longe – advertiu a médica.
E
falou isso coçando o queixo com a mão esquerda enquanto a mão
direita tateava as prateleiras das delícias transtornativas.
De
repente a psiquiatra fez: -Oh!!!
-Encontrou,
doutora?! – perguntou Maria já toda imbuída só com a iminência
de um transtorno que lhe entristecesse a alma e a incluísse na
sociedade dos transtornados.
-Esquisiotepatia
Tripolárica Sorumbática!!!
– gritou com muita satisfação na voz a inventora de doidices.
-Que
diabo é isso?! – quis saber Maria toda escalafobética.
-Um
transtorno que criei já vai algum tempinho... só
estava esperando a pessoa certa para prescrever.
-Eu,
que sou toda errada, sirvo pra ser a pessoa certa, dona Zigmunda? –
ressabiou-se Maria Felicitá no fazer da pergunta.
-Oh,
of
course
que sim! – atestou a doctor
que é da terra do Tio
Sam
e aprendeu a falar Português para escarafunchar com êxito as
cacholas do Brasil.
E
veio a prescrição:
-Um
comprimido de manhã bem cedinho e um bem à noitinha, antes dos
braços de Morfeu – e assegurou bem para Maria:
-Honeyzinha,
não se preocupe com os efeitos colaterais dos primeiros quarenta
dias do tratamento, que são alegria triplicada e sentimentos de amor
exagerados.
-Ai,
meu deus!!! Não corro o
risco
de morrer com tanta felicidade, dona Fróida?!
-Jamais,
darling!
Será só no começo… depois
de quarenta dias, vocezinha
sentirá uma tristeza e uma melancolia tão incomensuráveis que
nunca mais se lembrará da menor alegria que possa existir neste
mundo de gente desregulada pela felicidade.
-Oh,
doutora Fróida, que alegria! Não é todo dia que se encontra uma
especialista em sandices.
E
Maria voltou para casa, lá no bairro do Pó-de-Mico, toda
contentinha porque em breve seria tão esquisiopatética
como toda aquela gente da revista de psiquiatria.
III.
Morra, Maria, morra com Poesia!
Nos
primeiros vinte dias de tratamento, a moça não se aguentava de
tanto se rir. Se mijava toda de tanta ALEGRIA. No trigésimo dia,
Maria estava insuportavelmente feliz. Achou até que MORRERIA.
“Pelo
menos morro feliz”, matutou na cabecinha
cheia de TONTERIA.
Quando
completaram-se os quarenta dias de tratamento, a doida, no mais alto
clímax de felicidade, já pedindo passarinho em namoro, disse para
si mesma, com muita HISTERIA:
-Enfim,
amanhã ficarei SO - RUM - BÁ - TI – CA!!!
Ficou
nada.
Na
madrugada do quadragésimo para o quadragésimo primeiro DIA, o
coração de Maria explodiu de tanta EUFORIA.
Morreu
com os olhinhos arregaladinhos e bem brilhantes. A boca parecia que
tinha triplicado os dentes de Maria, de tanto que ela SORRIA.
A
doutora Fróida soube do acontecido e foi consultar as bases. Tinha
prescrito comprimido de “cannabis sativa” para Maria em vez de
comprimido para Esquisiotepatia
Tripolárica Sorumbática.
E
foi assim que Maria Felicitá – que era toda ALEGRIA – morreu de
overdose de tanto gozar de felicidade e sonhos de ORGIA.
Éd
Brambilla. Conto. PARANOIA. 2016.
Registrado na Biblioteca Nacional do Rio de janeiro.
Conto
premiado com o 3° lugar no “CONCURSO DE CONTOS UNIP 2017”, em
04/05/2017.
quarta-feira, 3 de maio de 2017
LILICA & EU
Minha Lilica e eu:
Um "lambeijo" dela
E um carinho meu.
Pequenina e bela,
Seu amor me mordeu.
Meu amor é ela...
Pequenina e bela,
Seu amor me mordeu.
Meu amor é ela...
E o amor dela sou eu.
Éd Brambilla. Pequenas Poesias. LILICA & EU. 31.05.2017.
O SOFRER E O PASSARINHO
Cansa o SOFRER,
Como cansa o passarinho
Em um longo voo.
Pousa o SOFRER,
Como pousa o passarinho
Depois de um longo enjoo.
É tanta náusea no AMAR,
Que o amante se cansa.
Mas da náusea do VOAR,
O passarinho apenas descansa.
Sábio é esse pequeno com asas,
Que, pousado, cantarola POESIA
E, sôfrego, com o coração em tic-tac,
Refaz-se todo em pura ALEGRIA.
E o amante, em seu pouso DESOLADO,
Esquece o seu SOFRER
E busca novamente a náusea do AMAR
Por puro desejo de ser AMADO.
Éd Brambilla. Poesia. O SOFRER E O PASSARINHO. 02/05/014.
Como cansa o passarinho
Em um longo voo.
Pousa o SOFRER,
Como pousa o passarinho
Depois de um longo enjoo.
É tanta náusea no AMAR,
Que o amante se cansa.
Mas da náusea do VOAR,
O passarinho apenas descansa.
Sábio é esse pequeno com asas,
Que, pousado, cantarola POESIA
E, sôfrego, com o coração em tic-tac,
Refaz-se todo em pura ALEGRIA.
E o amante, em seu pouso DESOLADO,
Esquece o seu SOFRER
E busca novamente a náusea do AMAR
Por puro desejo de ser AMADO.
Éd Brambilla. Poesia. O SOFRER E O PASSARINHO. 02/05/014.
domingo, 5 de março de 2017
OS MARIMBONDOS MORIBUNDOS DE ZUMBI
OS MARIMBONDOS MORIBUNDOS DE ZUMBI
Os marimbondos fizeram seus cachos no BIOMBO
Que separava o território de ZUMBI DOS PALMARES.
Que separava o território de ZUMBI DOS PALMARES.
Cansados dos açoites da vara dos temidos CAPATAZES,
Foram eles, moribundos, curar suas carcaças no QUILOMBO.
Foram eles, moribundos, curar suas carcaças no QUILOMBO.
Os moribundos marimbondos, então, recuperaram a SAÚDE.
Feridos em suas essências, juntaram-se à guerra de ZUMBI,
Perseguido por Caetano de Melo e Castro, de forma AMIÚDE.
Covarde, Melo recorreu a Domingos para a captura de CAZUMBI.
Feridos em suas essências, juntaram-se à guerra de ZUMBI,
Perseguido por Caetano de Melo e Castro, de forma AMIÚDE.
Covarde, Melo recorreu a Domingos para a captura de CAZUMBI.
Domingos, com seus seis mil homens armados até à GOLA,
Em 1694, não deu trégua e seguiu com sua pesada ARTILHARIA.
Capturou Antônio Soares, um traidor que se intitulava QUILOMBOLA.
Soares, o falso guerreiro, entregou seu protetor por uma NINHARIA.
Em 1694, não deu trégua e seguiu com sua pesada ARTILHARIA.
Capturou Antônio Soares, um traidor que se intitulava QUILOMBOLA.
Soares, o falso guerreiro, entregou seu protetor por uma NINHARIA.
Domingos Jorge Velho deu fim a Zumbi numa fria EMBOSCADA.
Velhaco, o bandeirante dependurou a cabeça de Cazumbi num MASTRO,
Plantado numa praça do Recife, para servir de exemplo à gente ESCRAVIZADA.
Sem o HERÓI, em torno de 1710, o quilombo apagou de vez o seu RASTRO.
Velhaco, o bandeirante dependurou a cabeça de Cazumbi num MASTRO,
Plantado numa praça do Recife, para servir de exemplo à gente ESCRAVIZADA.
Sem o HERÓI, em torno de 1710, o quilombo apagou de vez o seu RASTRO.
Éd Brambilla. Poesia Histórica.
“Os Marimbondos moribundos de Zumbi”.
31/01/2016.
“Os Marimbondos moribundos de Zumbi”.
31/01/2016.
REGISTRADO NA BIBLIOTECA NACIONAL.
quarta-feira, 1 de março de 2017
CORPO D'ALMA
CORPO D'ALMA
Quando a Alma grita
E em desespero se destroça,
Também o Corpo grita –
Aniquilado – em resposta.
Vagueia o Corpo – ressequido –
Com sua Alma descomposta,
E vê, mudo, ressurgindo –
Sabe-se lá de onde –,
O fel doido e frio de outrora,
Que se lhe brotara pela fronte.
“Não para, Corpo!” – clama-lhe
A Alma; “Caminha mais longe
E sem descanso” – suplica-lhe,
Doida de horror e sem horizonte,
A pungente alma em desamor.
O Corpo – trépido – não se aguenta
E, em suas reminiscências,
Tudo o que se lhe sustenta
São parcas lembranças – menos tristes –
Que lhe fugiram a sua dor e, agora,
Pesaroso, caminha o seu Amor.
“Sustenha-se, Corpo!” – grita-lhe a Alma;
“Leva-me daqui, sem demora!”, implora,
Ofegante, a Alma doida de horror.
“Não, Alma!” – responde-lhe em desafio
O Corpo ressequido que vagueia – triste –
No encalço de seu Amor.
“És tu, Alma insana, a fagulha
Que me sustenta! E se tu não
Me alimentas, que faço eu
Em teu favor?”
A Alma – ultrajada – grita.
O Corpo – maltratado – grita.
A Coragem – debilitada – grita.
O Amor – ressequido – se agita.
Alma, Corpo e Coragem se calam.
O Amor, cheio de uma vontade aflita,
Dos odores do fel da vida, corre.
Mortificado, sangrando, foge;
Desnorteado, cai, e, aos prantos, MORRE.
E em desespero se destroça,
Também o Corpo grita –
Aniquilado – em resposta.
Vagueia o Corpo – ressequido –
Com sua Alma descomposta,
E vê, mudo, ressurgindo –
Sabe-se lá de onde –,
O fel doido e frio de outrora,
Que se lhe brotara pela fronte.
“Não para, Corpo!” – clama-lhe
A Alma; “Caminha mais longe
E sem descanso” – suplica-lhe,
Doida de horror e sem horizonte,
A pungente alma em desamor.
O Corpo – trépido – não se aguenta
E, em suas reminiscências,
Tudo o que se lhe sustenta
São parcas lembranças – menos tristes –
Que lhe fugiram a sua dor e, agora,
Pesaroso, caminha o seu Amor.
“Sustenha-se, Corpo!” – grita-lhe a Alma;
“Leva-me daqui, sem demora!”, implora,
Ofegante, a Alma doida de horror.
“Não, Alma!” – responde-lhe em desafio
O Corpo ressequido que vagueia – triste –
No encalço de seu Amor.
“És tu, Alma insana, a fagulha
Que me sustenta! E se tu não
Me alimentas, que faço eu
Em teu favor?”
A Alma – ultrajada – grita.
O Corpo – maltratado – grita.
A Coragem – debilitada – grita.
O Amor – ressequido – se agita.
Alma, Corpo e Coragem se calam.
O Amor, cheio de uma vontade aflita,
Dos odores do fel da vida, corre.
Mortificado, sangrando, foge;
Desnorteado, cai, e, aos prantos, MORRE.
GÊNERO: Poema Poético
Concepções: Romântica / Gótica / Existencialista
Concepções: Romântica / Gótica / Existencialista
Éd Brambilla. Poema Poético. CORPO D’ALMA. 19.06.2016
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
ALUMIAR
A
luz branca da lua
Deitada na negra pele tua
Te alumia a alma crua
Te alumia a alma crua
A
claridade da lua
No teu corpo se inflama
E te deixa a essência nua
E te deixa a essência nua
Tua nua alma luminosa
Glorifica a tua essência
Com mil fagulhas gloriosas
Com mil fagulhas gloriosas
E
nos teus beijos alumiados
Fagulham mais de mil desejos
E ficamos ambos enluarados
E ficamos ambos enluarados
Éd
Brambilla. Poesia. ALUMIAR. 15/02/2017.
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