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quinta-feira, 19 de julho de 2018

NÁUSEA CEREBRAL


Primeiro dá um nó na garganta
Depois vem uma lágrima que escorre
Lembranças indigestas se inflamam:
Impiedosas, nenhuma me socorre.

O cérebro, zoado, rodopia a mente
Que tenta fugir das lembranças
Que se riem intempestivamente
Da rabugem que é a destemperança.

A mente foge entre passos nauseados
E pisa nas carcaças de velhas dores
Deitadas no solo arenoso do passado:
Frágil cemitério de rusgas e dissabores.

Recupera-se o cérebro, aos trancos
Cambaleante, lança a mão à mente
Que segura a mão amiga, aos prantos:
Encharcada, volta a mente ao consciente.

Éd Brambilla. Poesia. NÁUSEA CEREBRAL. 17/07/2018.

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