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quinta-feira, 19 de julho de 2018

MORTIFICAÇÃO

Tem dia que a vida cansa
Tudo ao redor se lança ao breu
Até mesmo a poesia desencanta
Assim como nada escapava à ira de Orfeu.

Eu, que protejo um vasto mundo,
Não consigo libertá-lo da dor
Têm abismos que são tão profundos,
Que no fundo é tudo lodo e desamor.


O mesmo sopro que anuncia a vida
Traz em si o abstrato da morte
O Homem tenta boicotar sua partida
Resignado, entrega-se à própria sorte.

No mármore solene da eternidade
Jazem ricos e pobres, doutores e iletrados
Muitos, imaculados de insanidade,
Não deixam suas marcas, apenas parcos legados.

Éd Brambilla. Poesia. MORTIFICAÇÃO. 24/06/2018.

Concepções: gótica-romântica-existencialista.

Um comentário:

F. G. Santos disse...

Adorei! Tuas composições me encantam, Éd!