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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

UM PROFESSOR COM OLHOS D'ALMA DE ÁGUIA

Começo este texto falando sobre Shakespeare, e, principalmente, sobre duas de suas grandes tragédias: Hamlet e Macbeth. Li as duas um bom tempo atrás; e confesso: li com olhos de leitor amador. No entanto, agora, mais que reli, estudei Hamlet e Macbeth através dos olhos d'alma de uma águia única no meio acadêmico, em se tratando de William Shakespeare: um professor-artista, um notável e aguçado "shakesperiano". Eu precisei estudar sobre teogonia para melhor compreender grandes tragédias gregas, como PROMETEU ACORRENTADO, de Ésquilo (o criador do estilo "tragédia") e ÉDIPO REI, de Sófocles, este contemporâneo do outro, e que "pegou carona" na genialidade do primeiro. Por sua vez, ambos beberam na fonte da Teogonia Grega. E William não apenas bebeu a água da fonte, ele devorou a fonte disso tudo durante o Classicismo, escola literária que sacudiu a Europa por um longo período, até o século XVII. Na Inglaterra, Shakespeare brilhou com sua criatividade ao criar suas grandes obras, inspiradas nas tragédias clássicas gregas. Consciente disso, conclui que ele, William, apenas tinha criado grandes "paráfrases". Então chegou o momento da chegada do Professor-Artista "shakesperiano". E ele, com seus olhos d'alma de águia, descortinou também os meus olhos d'alma e me ensinou a enxergar verdadeiramente a magia da qual são imbuídos os textos de Shakespeare. Obras como Hamlet e Macbeth têm elementos temáticos que precisam de muita agudez e, principalmente, sensibilidade, para ser melhor interpretadas, como por exemplo, o "clímax" na obra MACBETH, quando o personagem-título, tornado rei depois de muitas cruezas n'alma, e, sendo ele, no início de tudo, um homem de virtudes, experimenta a paranoia e a loucura. Ele se arrepende de todas as suas atrocidades, deseja voltar atrás, mas sabe que não pode. E esta passagem na peça se dá com um texto falado pelo próprio Macbeth de modo que o leitor consegue sentir uma adaga a transpassar-lhe o coração; a mesma adaga usada por Macbeth para ceifar a vida do rei Duncan, do qual usurpou cruelmente o seu trono, primeiro movido pelas profecias de três bruxas misteriosas e, depois, insuflado por sua esposa, Lady Macbeth. O grande diferencial entre as obras de Shakespeare e as tragédias gregas reside no fato de que as primeiras são comandadas por ações humanas (os personagens conduzem as rédeas de seus destinos, uma das características do "antropocentrismo" no Classicismo) e, as segundas, por vontades divinas (os deuses comandam os destinos dos personagens a seu bel prazer, uma das características do "teocentrismo"). As tragédias são singulares em trazerem profundas tenções psicológicas, e, inclusive, muito tempo depois, uma delas ganhou força através de Freud, como por exemplo o "Complexo de Édipo", onde o pai da psicanálise faz alusão à obra ÉDIPO REI, de Sófocles; Édipo matou o pai e casou com a mãe. Não vou descrever aqui tudo o que os meus olhos agora conseguem vislumbrar em Shakespeare para não ser prolixo e terminar por escrever um TCC (o que é uma excelente ideia). Termino com um singelo e sincero obrigado ao grande Professor-Artista com olhos D'alma de Águia, que se emocionou em sala de aula durante a exibição do filme Hamlet e contagiou a mim com sua verdade de sentimentos.

Obrigado, Profo Dr. C. E.!



Éd Brambilla. Crônica. UM PROFESSOR COM OLHOS D'ALMA DE ÁGUIA. 11/09/2015.

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