Voltando da padaria:
Eu: (cumprimentando o porteiro da
tarde): -Boa-tarde!
Porteiro: -Boa-tarde!...- e olhando para a minha "comprinha", quis ele alongar o "boa-tarde": -Hum, o almoço vai ser
bom!
Eu: -Pois é... Somos escravos do
estômago...
Porteiro: -Ah, mas essa escravidão é
muito boa... - e entrou em assunto de futebol:
-Depois você descansa pra mais
tarde não perder o jogo do "curínthia"...
(Silêncio)...
Eu: -Não posso, à noite tenho
faculdade...
Porteiro (insistindo nesse assunto de
futebol, que não domino):
-Ah, mas você é "curínthia", não é?! (agora
com um tom de voz beirando a desconfiança).
Eu (lembrando rapidamente das
"santas" aulas de linguística e análise do discurso, pois, perto do
porteiro, sou um cisco):
-Pode ser!
Porteiro: -Como assim, pode ser?! (com
os olhos semicerrados e as sobrancelhas arqueadas).
Eu (já me sentindo ameaçado): -É assim:
eu sempre sou do time de quem está conversando comigo, compreende?
Porteiro (agora abrindo um sorriso
amigável): -Ah, então "tá" tudo certo!... Você é esperto... Sabe
evitar confusão... E se livra de apanhar, não é mesmo?!
Eu (mirando bem - de cima abaixo - no
corpanzil dele):
-Exatamente!
Bom, pelo sim ou pelo não, tinha uma
"gaiola de segurança" nos separando.
Éd Brambilla. CRÔNICA. Sobre Futebol. 01.04.2015.
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