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domingo, 1 de abril de 2012

DOENÇAS TERMINAIS: UMA BREVE VISÃO


Toda doença terminal traz consigo uma densa reflexão sobre o limite do amar, e, mais que isso, um limite entre a vida e a morte. E neste tênue e frágil fio condutor de emoções, até que ponto o viver é realmente mais importante que o morrer? O fato é que uma doença que vem atrelada a uma morte eminente abala as estruturas de qualquer conjunto familiar. As mudanças que ocorrem em prol do doente é uma adaptação que, muitas vezes, pode chegar aos limites de cada um. Em casos assim, é possível que haja uma entrega ou uma fuga total da realidade. Para uma mãe, em especial, o limite deixa de existir, e esta passa a ser uma extensão do doente. E todos ao redor, aos poucos, perdem um pouco da própria identidade. Há que se pensar profundamente sobre a questão da morte nestas situações, em que o próprio portador da patologia chega aos extremos de suas forças vitais e passa a olhar para a morte como uma “tábua de salvação”. É neste ponto que se é possível enxergar a real importância do viver e, portanto, a ideia do morrer passa a fazer todo sentido. Para os que ficam, resta a plena sensação de dever cumprido.


ÉD BRAMBILLA. CRÔNICA. DOENÇAS TERMINAIS: UMA BREVE VISÃO. 2011.

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