É geralmente de madrugada que o silêncio
tortuoso que vem de fora, parece orgulhar-se de martelar a mente, como se
quisesse perpetuar uma solidão vesga que aponta para uma direção e segue para
outra. É esta a face da solidão que me assusta e me estremece os sentidos. É um
caminhar para o abismo em plena noite sem lua, tateando o escuro com mãos
estendidas sem nada encontrar. E a crueldade deste fato é não ter meios de
defesa. Não adianta parar de caminhar porque não depende de comandos físicos. A
mente não para, aprisiona sem aviso prévio. A mente é o pior cárcere para um
condenamento sutil: o corpo caminha livre para todas as direções, porém, por
dentro, enxerga-se através de grades.
ÉD BRAMBILLA. CRÔNICA. EM POUCAS PALAVRAS:
SOLIDÃO. 2011.
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