ALMa RaBiScAdA

domingo, 31 de janeiro de 2016

A "EXIBIDINHA"

Foi quando olhei através da janela da sala, cuja vista dá para um prédio abandonado, sem vida, esquecido pelo bicho-homem, como tantas ruínas existentes que guardam uma promessa e uma esperança; baixei a cabeça e olhei para o espaço que separa, talvez por uns cinco metros de largura, o meu prédio, que pulsa a vida com todas as suas veias e artérias (umas saudáveis e outras nem tanto), do prédio "prometido", e vi, solitária, em meio ao espaço seco e improvável para a gênese, uma pequenina flor, cuja espécie eu desconheço (lembra uma margarida em miniatura).
A pequena guerreira estava rente à parede do meu lar, voltada para a minha janela e com as pétalas eriçadas para o alto, bem na minha direção. Lembrei-me da rosa manhosa do Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry. "Uma flor para mim" - pensei. É a vida provando que o impossível é apenas uma questão de obstinação e uma real vontade de querer "ser". Desci as escadas de acesso ao meu apartamento, ainda meio zonzo com a readaptação diária à vida toda vez que acordo do mundo dos sonhos, que, para mim, se fazem belos todas as noites e me levam aonde a mente pode alcançar, e, de cócoras, busquei pacientemente um ângulo perfeito para eternizar o meu raro presente.
Ofereço a minha rosinha, que batizei com o nome de Exibidinha, para todos os meus amigos, sejam eles reais ou virtuais, porque a amizade é um estado de fé que independe da matéria física.

Vida longa a todos, AMIGOS!

Éd Brambilla. CRÔNICA. “A Exibidinha”. 31/01/2016. 7:39 a.m.

2 comentários:

Cacau Gratão disse...

A exibidinha do Adelaide... Parece titulo de obra de Nélson Rodrigues!

Cacau Gratão disse...

A exibidinha do Adelaide... Parece titulo de obra de Nélson Rodrigues!