Um texto envolvente,
esclarecedor e primordial para a leitura de pais e filhos; uma dissertação
delicada e repleta de impressões perturbadoramente modernas. Recomendo-o a
todos aqueles que vislumbram a paternidade ou a maternidade, e, principalmente,
aos que já as exercem. Mas aconselho (na verdade mais alerto do que aconselho):
"Carta ao pai" não é um texto para se fazer, como se costuma dizer, "uma leitura corrida"; ao contrário, exige
do leitor uma atenção concentrada, uma profunda reflexão a cada parágrafo.
Acredito ser difícil, mesmo para um leitor mais desatento, não reconhecer a si,
seja como filho, pai ou mãe, em pelo menos uma das diversas e conflituosas
situações desnudadas, não obstante dolorosas, pelo autor. Por fim, mais que um
desabafo sincero - repleto de objeções discretas e ironias sutis -, dirigido ao
pai por Kafka, "CARTA AO PAI" é um estranho e ao mesmo tempo
magnífico mecanismo para fazermos - senão uma vital compreensão de nossas
relações com os nossos - ao menos uma importante tentativa de darmos o primeiro
passo rumo ao que, por vezes, atribuímos demasiada dificuldade (e sempre pomos
mais complexidade do que realmente há).
Aproveitem a dica... Boa leitura, e, principalmente, boa
reflexão...
Éd Brambilla
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