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sábado, 11 de abril de 2015

Impressões acerca do delicado texto "CARTA AO PAI", de Franz Kafka - por Éd Brambilla

Um texto envolvente, esclarecedor e primordial para a leitura de pais e filhos; uma dissertação delicada e repleta de impressões perturbadoramente modernas. Recomendo-o a todos aqueles que vislumbram a paternidade ou a maternidade, e, principalmente, aos que já as exercem. Mas aconselho (na verdade mais alerto do que aconselho): "Carta ao pai" não é um texto para se fazer, como se costuma dizer, "uma leitura corrida"; ao contrário, exige do leitor uma atenção concentrada, uma profunda reflexão a cada parágrafo. Acredito ser difícil, mesmo para um leitor mais desatento, não reconhecer a si, seja como filho, pai ou mãe, em pelo menos uma das diversas e conflituosas situações desnudadas, não obstante dolorosas, pelo autor. Por fim, mais que um desabafo sincero - repleto de objeções discretas e ironias sutis -, dirigido ao pai por Kafka, "CARTA AO PAI" é um estranho e ao mesmo tempo magnífico mecanismo para fazermos - senão uma vital compreensão de nossas relações com os nossos - ao menos uma importante tentativa de darmos o primeiro passo rumo ao que, por vezes, atribuímos demasiada dificuldade (e sempre pomos mais complexidade do que realmente há).

Aproveitem a dica... Boa leitura, e, principalmente, boa reflexão...

Éd Brambilla

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