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domingo, 30 de novembro de 2014

OS ESTRANHOS PICOLÉS

Aconteceu em mais um sonho doido; eu, que sonho num dia sim e noutro também:

Fazia muito calor... Eu estava sentado num banco em frente à casa de minha mãe... Lembrei-me de repente que, quando criança, vendera muito sorvete... Então resolvi vender sorvete depois de adulto também... Como no sonho tudo acontece mais rápido do que no pensamento, na cena seguinte lá estava eu com uma caixinha de isopor a tiracolo, cheia de sorvetes... E o som do apito era o mesmo do tempo de criança... RiPiPiiii... RiPiPiiii... Então apareceu o primeiro freguês... Nunca o tinha visto antes... Nem na vida e nem nos sonhos... "-Quero um sorvete de cobra, moço! Mas tem de ser cobra coral, que é muito melhor!..." Sem problemas, sonho é sonho... Entreguei o sorvete de cobra coral para o freguês... Uma freguesa quis sorvete de esquilo... Um menino pediu sorvete feito de "menina"... E como tudo na vida tem seu equilíbrio, uma garota pediu sorvete de "moleque"... E exigiu: "-Só serve se for moleque bonito!..." Teve homem pedindo sorvete de Anjelina Jolie e mulher querendo sorvete de Brad Pitty... E todos os sorvetes eram do tamanho natural dos desejos... Minha nossa, como é que cabe tanta coisa grande numa caixa tão pequena?! Mas no sonho tudo é possível... E tão possível foi o último sorvete da caixa: um sorvete de sapo... Era tanta gente querendo aquele sorvete esverdeado e olhudo, que tive de fazer leilão! Por fim, ninguém levou o sorvete feito de sapo... Ele saltou da caixa e sumiu saltitante por entre um matagal que aparecera do nada... "Do nada" lá isso também é possível, afinal, o sonho é um nada que a gente preenche com o que quiser... Só não entendi o por quê de tanto desespero por conta de um picolé de sapo... Gente louca, hein!

Éd Brambilla. CRÔNICA. OS ESTRANHOS PICOLÉS. 30/11/2014.

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