
Estive meditando. E afirmo: é uma tarefa difícil. Ao mesmo tempo em que é preciso manter-se concentrado em um determinado pensamento, o foco da meditação, há que se ter total controle sobre dezenas de outros pensame
ntos marginais, que giram em uma ciranda frenética para lembrar que precisam de solução. Assim, no centro da roda, equilibrando na mente o meu pensamento-foco, giro no sentido contrário, com os braços estirados, e vou afastando, com mãos trêmulas, cada um dos pensamentos secundários. É exatamente como o show de um equilibrista de pratos: ele mantém a concentração no ato de equilibrar diversos pratos - seu foco -, e, ao mesmo tempo, corre de prato em prato para não deixá-los cair - os pensamentos marginais. O equilibrista sabe que se algum prato sair quebrado, também ele sairá com algum caco faltando na alma. Eu sou um equilbrista de pratos e, de vez em quando, deixo um prato se espatifar no chão. Graças a Deus, falta-me perfeição. E você, como tem administrado seus pratos?!
Éd Brambilla. CRÔNICA. A MEDITAÇÃO E OS PRATOS. 31/07/2014.
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