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sábado, 21 de junho de 2014

RESENHA-RESUMO DO ROMANCE "MADAME BOVARY" - MARCO DO REALISMO -, DO FRANCÊS GUSTAVE FLAUBERT.

Para quem ainda não leu "MADAME BOVARY", fiz uma resenha-resumo das 336 páginas dessa brilhante narrativa, com foco apenas na trajetória da personagem central, Emma Bovary. Obviamente, a leitura do livro é infinitamente indispensável.

RESENHA-RESUMO:

"MADAME BOVARY". GUSTAVE FLAUBERT (1821-1880). TRADUÇÃO: ILANA HEINEBERG. PORTO ALEGRE, RS: L&PM, 2013, 336 p. - COLEÇÃO L&PM POCKET: v. 328. ISBN 978-85-254-1275-1. CAPA DO LIVRO: IVAN PINHEIRO MACHADO SOBRE TELA "LES PARISIENNES (MOREAU-VAUTHIER, 1862), LE PETIT PALAIS, PARIS. 

Na França de meados do século XIX, Emma Bovary, uma camponesa casta - com alma de burguesa -, sonha com o homem perfeito, porém, não quer apenas o amor, quer também a volúpia e a paixão desenfreada. Sonha também com uma vida de luxos. Casa-se com o agente de saúde Charles Bovary, recém enviuvado, um homem bom e apaixonado por ela. Os dois vão morar em Tostes. Depois do casamento, a pobre Emma descobre que Charles é um homem insosso demais para as brasas quentes de sua intrínseca fogueira d'alma. "O que Fiz de minha vida?!" - pensa a pobre mulher. A partir daí, Emma resigna-se em sua nova realidade por um tempo. Em seguida, descobre-se grávida, e, doente na essência, Charles considera por bem mudarem-se - com a ajuda do farmacêutico Homais -  para Yonville, uma cidade pacata, no intuito de restabelecer a vivacidade da esposa. Em Yonville, Emma tem contato com as delícias da corte; conhece os encantos de um visconde. Mas nada de palpável acontece entre os dois; tudo permanece no platonismo - apenas por parte dela. De repente, surge em sua vida, Léon, um jovem de 20 anos, belo, de olhos azuis, funcionário do cartório de Yonville. O rapaz cai de amores por Emma, porém, tímido, inexperiente e jovem demais, vê-se incapaz de aplacar o coração da voluptuosa mulher. Léon, então, com o coração partido, muda-se para Paris e, lá, entrega-se aos estudos de Direito e à vida boêmia. Emma conhece Rodolfhe, um bom-vivam de Yonville, homem forte, obstinado, rico e de alma vagabunda. Emma, enfim, cede aos encantos de outro homem. Depois de muitos encontros ardentes, Rodolfhe chega à conclusão de que Emma é como qualquer uma das muitas mulheres que já haviam passado por sua vida: amantes que carregam em sua essência a paixão medíocre. Rodolfhe, forçado por Emma, concorda em fugir com ela para algum lugar remoto do mundo. No dia da fuga, ele a abandona. Ela cai em desespero; entrega-se a uma depressão profunda. Charles cuida dela com muita devoção. Emma, enfim, se restabelece; entrega sua alma à benevolência cristã; faz caridades aos pobres e cuida da casa e do marido com muito zelo. Nesta fase de sua vida, Emma desperta, sem consciência do fato, os primeiros arroubos de desejos no jovem e imberbe Justin, parente do farmacêutico Homais. Em um dado momento, para animar a esposa, Charles a leva para um concerto musical de um famoso cantor, em Rouen. Durante o concerto, reencontram Léon, agora mais espirituoso e mais experiente. Charles volta para Yonville sozinho e comete a insensatez de deixar a esposa em Rouen na companhia do belo rapaz. Léon, enfim, suplanta a timidez e consegue ser mais efusivo no trato com Emma. Ela aceita encontrar-se com ele na catedral da cidade. Depois de um tempo, os dois entram em um coche, que, a mando de Léon, percorre todos os pontos de Rouen repetidas vezes, enquanto, à cortinas fechadas, em pleno meio-dia, os dois se amam enlouquecidamente,.a ponto de fazer pender o coche de um lado para o outro com os movimentos de coito do casal. Emma, agora, passa a vagabundear em suas entranhas. Depois de um tórrido romance com o jovem rapaz, Emma se vê em grandes apuros por conta de dívidas contraídas à revelia do marido. Seus credores passam a pressioná-la. Seus bens são embargados. Desesperada, a mulher recorre a Léon e a Rodolfhe, que ignoram friamente a sua tormenta. Transtornada e com muito medo de seu destino, Emma convence Justin a abrir a porta do laboratório particular de Homais. Sem que o rapaz tenha tempo de agir, a desgraçada mulher engole um punhado de veneno - arsênico. A par das dívidas e muito confuso com a situação, Charles entra em desespero com o envenenamento da esposa, sem nada entender sobre o fato. Emma, depois de muito sofrimento, enfim, morre. A tragédia abala a vida de Charles. Ele se vê sozinho com a filha, a pequena Berthe. Um tempo depois, o pobre homem descobre as traições de sua amada Emma, através de cartas que ela trocava com os amantes. Inacreditavelmente, a descoberta não o envenena. Muito pelo contrário, charles sente-se ainda mais tomado de paixão ao saber o quanto a mulher, bela e imponente, era desejada por outros homens, e que se houvesse algum culpado, não seria ela. Mais adiante, Charles, muito desgostoso, morre subitamente. A filha, Berthe, é encaminhada aos cuidados da avó - a Senhora Bovary, mãe de Charles -, pois o pai de Emma, que ficara paralítico, não podia cuidar da pequena. Um ano depois, a Senhora Bovary também morre, e Berthe passa para os cuidados de uma tia e, essa, muito pobre, põe a menina para trabalhar em uma fábrica de fiação de tecidos. Uma verdadeira tragédia na vida dos Bovary's! Quanto a Léon, ele se casa com uma burguesa de Rouen; e Rodolfhe continua com sua vida de bom-vivam. Yonville volta a ser a mesma cidadezinha sem graça de antes da chegada de MADAME BOVARY. FIM.


Éd Brambilla. RESENHA-RESUMO. MADAME BOVARY, DE GUSTAVE FLAUBERT. 21/06/2014.

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