Livro: CLARICE NA CABECEIRA - Crônicas
Autor: Clarice Lispector
Tradução: Teresa Montero (Org.)
ISBN: 978-85-325-2606-9
Páginas: 176
Formato : 14x21
Preço : R$ 24,00
Mais informações no site oficial da autora: www.claricelispector.com.br
Reunião de vinte textos escolhidos por
convidados afeitos à obra de Clarice Lispector, Clarice na cabeceira apresenta
uma leitura selecionada de narrativas curtas publicadas entre 1962 e 1973, na
revista Senhor e no Jornal do Brasil, e
posteriormente agrupadas nos livros A descoberta do mundo e Para
não esquecer. Abordando temas tão diversos quanto as memórias da infância,
a vida, a morte, o amor, o ato de escrever, o silêncio, a maternidade e a
indignação, as crônicas ganham sabor especial quando apresentadas por amigos e
admiradores de Clarice, que compartilham o impacto da escritora e de sua obra
em suas vidas, como Eduardo Portella, Ferreira Gullar, Marília Pêra, Maria
Bonomi e Naum Alves de Souza, entre outros. Com organização de Teresa Montero,
autora de Eu sou uma pergunta – Uma biografia de Clarice Lispector,
publicada pela Rocco, Clarice na cabeceira é a oportunidade de
conhecer “perfeitos momentos da literatura brasileira moderna, perfeitos
momentos da vida nas palavras, perfeitos momentos”, como descreve Caetano
Veloso ao falar sobre o sentimento que a leitura de Clarice provoca.
Assim, cada crônica é uma introdução
não só ao universo literário de Clarice Lispector, mas à mulher que, em suas
próprias palavras, nasceu para amar os outros, para escrever e para criar os
filhos, tema da extraordinária “As três experiências”. O texto é apresentado
por Lygia Fagundes Telles, que oferece ao leitor uma belíssima e emocionante
homenagem à Clarice, em uma crônica na qual relembra a amizade das duas e a
experiência vivida na noite em que a escritora faleceu. Já em “Morte de uma
baleia”, escolhida por Silviano Santiago, duas baleias encalhadas, uma no Leme
e outra no Leblon, praias da Zona Sul carioca, são o mote para que Clarice
discuta a mortalidade – a sua e a dos outros.
Temas mais leves, mas igualmente
pertinentes à reflexão sobre o estar no mundo desde a mais tenra idade também
estão presentes, como em “Banhos de mar”, opção de Aparecida Maria Nunes na
qual uma extasiada Clarice relembra as idas à praia antes do sol nascer junto
com o pai, na Olinda de sua infância; e em “Cem anos de perdão”, selecionada
por Naum Alves de Souza, em que a escritora sentencia que ladrões de rosas e
pitangas - como a menina que ela foi em Recife – têm cem anos de perdão.
Roteirista e mestre em Literatura
Brasileira com uma dissertação sobre Clarice, Lícia Manzo, autora publicada
pela Rocco, relembra como a descoberta da obra da escritora a fez sentir
acolhida em sua inadequação adolescente. Sua escolha, apropriadamente, é “Se eu
fosse eu”, um fragmento sobre a árdua legitimação de ser quem se é. O
autoconhecimento está presente também em “As caridades odiosas”, apresentada
por Rosiska Darcy de Oliveira, uma brutal análise dos sentimentos humanos, do
amor à compaixão, passando pela vergonha e pela raiva. O mesmo mote, abordado
com mais humor, perpassa “Mal-estar de um anjo”, selecionada por Joaquim
Ferreira dos Santos, quando um simples ato de generosidade se transforma em
arrependimento da caridade praticada.
A paixão pelos filhos Pedro e Paulo,
grandes amores da vida de Clarice, aparecem em “Come, meu filho”, que tem
apresentação de Bianca Romaneda, e “O caso da caneta de ouro”, escolha de
Ferreira Gullar na qual a reação de cada um dos meninos diante da possibilidade
de herdar uma caneta de ouro da mãe permite à autora conhecer melhor suas
crianças. Há ainda “Lição de filho”, sugerida pela escritora Thalita Rebouças,
comovente crônica sobre como o filho adolescente ajuda Clarice a lidar com suas
emoções.
A Editora Rocco doou uma coleção das
obras completas de Clarice Lispector para cada uma das bibliotecas indicadas
pelos leitores convidados.
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