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quinta-feira, 10 de maio de 2012

UMA MULHER ADMIRÁVEL

Passara-se algum tempo desde o último contato. Agora eu estava ali, no portão, em pé, e a moça na porta da sala, a sorrir-me com alegria no olhar. Por alguns segundos apenas olhei-a firmemente. As lembranças do último encontro vieram-me instantaneamente. Procurei os longos cabelos e não os vislumbrei. Alguns quilos a menos a tornaram de uma fragilidade de cristal. Seu rosto estava abatido, porém, o semblante era de um verde do tamanho de sua esperança. Senti-me pequeno. A fragilidade estava nela ou era toda minha? Por alguns segundos tive vontade de chorar. Mas foi na própria força do olhar da moça que encontrei uma forma de dizer-lhe que estava tudo bem. Eu é que precisava de consolo naquele momento. Ela não: transbordava segurança. E foi dessa segurança que me vali até precisar ir embora. Saí mais forte, com a certeza de muitos outros encontros. Admirável Mulher!


Éd Brambilla. Crônica. Uma Mulher Admirável. 09/05/2012.

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