Passara-se algum tempo desde o último contato. Agora eu estava ali, no
portão, em pé, e a moça na porta da sala, a sorrir-me com alegria no olhar. Por
alguns segundos apenas olhei-a firmemente. As lembranças do último encontro
vieram-me instantaneamente. Procurei os longos cabelos e não os vislumbrei.
Alguns quilos a menos a tornaram de uma fragilidade de cristal. Seu rosto
estava abatido, porém, o semblante era de um verde do tamanho de sua esperança.
Senti-me pequeno. A fragilidade estava nela ou era toda minha? Por alguns
segundos tive vontade de chorar. Mas foi na própria força do olhar da moça que
encontrei uma forma de dizer-lhe que estava tudo bem. Eu é que precisava de
consolo naquele momento. Ela não: transbordava segurança. E foi dessa segurança
que me vali até precisar ir embora. Saí mais forte, com a certeza de muitos
outros encontros. Admirável Mulher!
Éd Brambilla. Crônica. Uma Mulher Admirável.
09/05/2012.
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