Saber morrer é condição humana; morrer de qualquer coisa é que não se
pode. Quem morre de rir, morre feliz. Mas os que morrem de chorar, sabem
exatamente o que é ser triste. Os que morrem de tanto amor, conhecem bem a dor
de morrer com poesia. Há os que morrem de fome, e, por esses, eu morro de dó. E
não morro só, há quem morra comigo. Há os que morrem por um amigo; e os que
morrem de medo do inimigo, morrem de puro martírio. Os que morrem na praia,
sabem o significado do fracasso. Eu morro de medo de altura, e o que me segura
é saber que não sou o único a morrer dessa paúra. Morre-se de tanto andar, e
morrer de tanto se falar, nem se fala. Aos que morrem de tanto ciúmes, melhor
para quem fica. Para os que morrem de inveja, já vão tarde. O que eu quero
mesmo é morrer de tanto viver. E quem não entende a arte de se morrer, morre
mesmo sem saber.
Éd Brambilla. Crônica. E VOCÊ, MORRE DE QUÊ? 17/03/2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário