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sábado, 17 de março de 2012

E VOCÊ, MORRE DE QUÊ?


Saber morrer é condição humana; morrer de qualquer coisa é que não se pode. Quem morre de rir, morre feliz. Mas os que morrem de chorar, sabem exatamente o que é ser triste. Os que morrem de tanto amor, conhecem bem a dor de morrer com poesia. Há os que morrem de fome, e, por esses, eu morro de dó. E não morro só, há quem morra comigo. Há os que morrem por um amigo; e os que morrem de medo do inimigo, morrem de puro martírio. Os que morrem na praia, sabem o significado do fracasso. Eu morro de medo de altura, e o que me segura é saber que não sou o único a morrer dessa paúra. Morre-se de tanto andar, e morrer de tanto se falar, nem se fala. Aos que morrem de tanto ciúmes, melhor para quem fica. Para os que morrem de inveja, já vão tarde. O que eu quero mesmo é morrer de tanto viver. E quem não entende a arte de se morrer, morre mesmo sem saber.

 Éd Brambilla. Crônica. E VOCÊ, MORRE DE QUÊ? 17/03/2011.

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