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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

RABISCOS


E se de repente
Eu pudesse
Viver em um mundo
Preto e branco ...
E num 'piscar de olhos'
Voltasse ao mundo
Em cores novamente ?
E novamente em branco e preto ...
E depois em cores ...
Até que os dois mundos
Pudessem misturar-se
Num pisca-pisca intermitente
Até a imagem entrar
Em distorção de tons
Feito morte anunciada ...
'Eu' morto ...
A mão amiga a
Cerrar-me os olhos
E os lábios em último suspiro
A centelha que evaporou
Feito fumaça de cremação
Até que eu me tornasse
Apenas um esboço ...
Uma idéia ...
Uma imagem esculpida
Em pedra ...
Como em um
'Para Sempre' aqui jaz
Quase desaparecendo ...
E se depois me voltassem
As cores ... fortes ...
Tão fortes que me
‘Desfocariam’ por
Sufocamento de cores
E finalmente voltasse
Ao início ... ao igual ...
Para novamente passar
Por todo o processo
E rebuscar a verdade
Em 'verdades' tatuadas
No espelho
Atrás da essência d'alma ...
Do meu rabisco no todo ...
E reaver meu direito
Incontestável à uma imagem
De poder escolher
Minhas verdades
De poder ser
Preto no Branco
Para finalmente me mostrar
Preto–Branco-Colorido
Sem medo ...
Porque 'viver'
É dor intermitente
É um dói-não-dói suportável
É um mal estar ...
É um querer estar aqui e lá ...
Ao mesmo tempo ...
Na mesma vibração ...
Para mim, que sou
Preto–Branco-Colorido
Tem nexo ...
Faz todo sentido ...


BRAMBILLA; Éd. In: Poesia. RABISCOS. 02/02/2011.

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